CAMPO BOM

Coluna Política – Campo Bom

Por José B. Pinheiro

Presidente Kayanne, a inimiga número 1 do Mobral

Em Campo Bom, onde a educação é prioridade — pelo menos no discurso — descobrimos que a Câmara conseguiu um feito histórico: homenagear professores com placas com erro de português. Sim, aqueles que nos ensinam a escrever, falar e pensar receberam uma placa que parece saída de uma prova de alfabetização mal corrigida: “Educadores que fazem a fazem a diferença.”

Se fosse piada, tava bom. Mas não,  é oficial, aprovado pela assessoria de imprensa da Casa e carimbado com orgulho institucional. E o melhor?
A gráfica disse que não vai corrigir, pois foi enviado para revisão da Câmara. Parabéns aos envolvidos. Agora os professores estão cobrando, e com razão. Afinal, se até quem escreve as placas não sabe, como é que fica o resto?

E a presidente Kayanne? Segue de cabeça erguida, claramente lutando contra o Mobral e a favor da revolução ortográfica própria. Manual de redação? Não precisamos. Autoria criativa institucional, meu bem.

Campo Bom inovando mais uma vez:
— Reconhecer os professores é bonito.
— Mas dar placa com erro é coerente com quem acha que leitura é detalhe.

Vergonha monumental.
Ou como diriam nas placas oficiais da Câmara: “Vergonhas que fazem a diferença.”

 

Natal da Gastação – E o Papai Noel chegou de cheque em branco

Se depender da Prefeitura de Campo Bom, o Natal deste ano não será de Integração — será de Extravasa$$$ão. Depois de dar uma olhadinha no Portal da Transparência, ficou claro: o espírito natalino por aqui é do cartão corporativo infinito. Claro, Natal é importante, é lindo, traz movimento para o Centro, encanta as crianças, cria clima de fim de ano… tudo certo.
Mas quando a gestão resolve abrir o saco de presentes com o nosso dinheiro, aí a magia vira malabarismo fiscal. E pensar que há poucos dias o município reajustou os valores venais dos imóveis pra aumentar a arrecadação. Disseram que era “necessário”. Ah, tá. Necessário pra quem? Pro contribuinte pagar a ceia da Prefeitura? Se bobear, até o Papai Noel vai chegar dizendo:

“Ho-ho-ho… e vocês acharam mesmo que esse aumento era pra saúde e educação?”

Enquanto o povo paga IPTU turbinado, a cidade ganha show, luzes, enfeites e tudo aquilo que político adora: cenário bonito pra foto e conta feia pra população pagar. Campo Bom vai ter um Natal iluminado, sim. Só não confunda: o brilho é das luzes , o rombo é das contas.

Feliz Natal… e boa sorte em janeiro.

 

Natal da Gastação – Ou a cidade das Luzes e das Contas?

Campo Bom entrou no clima natalino — mas aqui o Papai Noel não vem de trenó, vem de TED milionária. Depois de reajustar o valor venal dos imóveis e aumentar a arrecadação, a Prefeitura decidiu mostrar serviço… no palco, com fumaça, LED e cachê de show nacional. Porque nada diz “gestão responsável” como rolar o tapete vermelho para artistas enquanto a população rola o boleto do IPTU turbinado.

E se você achou que era exagero, vamos aos presentes da Árvore da Gastação:

  • Alexandre Pires — R$ 590.000,00
  • Marcos & Belutti — R$ 330.000,00
  • Thalles Roberto — R$ 200.000,00
  • Reação em Cadeia — R$ 80.000,00

 

Somando com carinho: R$ 1.200.000,00. E isso é só os shows — o valor do “Ho-ho-ho” da decoração, montagem, estrutura e afins ainda está embrulhado com laço.

 

Mas calma… Natal da Ostentação, Orçamento da Recessão


Se o contribuinte perguntar sobre prioridades, a resposta deve ser aquela clássica: “É pra integração da comunidade.” Integração? Pode ser. Integração do suor do contribuinte com o brilho do palco, isso sim. E é claro, sempre tem quem diga: “Mas o Natal movimenta a economia, traz turistas…”
Sim, traz — e leva algo também: o limite do orçamento municipal.

No show business da Prefeitura, a cenografia é impecável. Só falta combinar com o enredo da vida real: saúde, ruas, escolas, transparência e prioridades. Campo Bom segue iluminada. Pena que quem paga a conta sai no escuro.

 

Você paga. E paga sorrindo — segundo eles.

Não é aquele bordão batido do “dinheiro público vem do povo”.
Aqui é literal, escancarado, sem maquiagem: a própria Prefeitura escreveu que a farra natalina será bancada com impostos não vinculados e que está tudo bem porque tem “superávit”. Superávit? Claro. Fica fácil ter saldo positivo quando a conta vem de um reajuste no valor venal dos imóveis — que, traduzindo do burocratês para o bom português, significa IPTU mais caro pro cidadão bancar o brilho da festa.

É quase poético: a cidade ganha luzes, o povo ganha boleto. Um pacto social onde a integração é simples — você integra o suor, eles integram o palco. Mas relaxa. Se reclamar, dizem que é pela união da comunidade. União até é.
União entre o bolso do contribuinte e o caixa da Prefeitura.

 

Campo Bom: O Circo Tem Palco — Só Falta o Respeito

Enquanto isso… Para a Copa Pequeno Gigante? Nada. Cofre seco. “Não tem previsão orçamentária”. Para o Carnaval? Sumiu o entusiasmo, sumiu o dinheiro. Bloco autorizado: só o bloco do “Talvez no ano que vem”. Mas para aumentar salário de secretário? Aí, milagrosamente, recursos apareceram como estrelinhas de Natal no deserto. Para criar mais cargos de confiança?
Ah, nesse esporte o governo é campeão. Quando é pra acomodar aliados, a torneira abre até parecer hidrelétrica. Parece que, em Campo Bom, orçamento é igual mágica: quando interessa, aparece. Quando o assunto é criança, cultura popular ou esporte comunitário… Aí vira sessão espírita — “não temos como materializar recursos no momento”. E se faltar? Simples: reajusta imposto. No fim, quem paga a conta não é a Prefeitura — é você, cidadão-platéia dessa ópera municipal onde a música toca sempre pro mesmo lado.

 

Jornaleco? Ou tocador oficial da cidade?

Parece que teve chilique no plenário essa semana. O vereador Celsinho subiu à tribuna indignadíssimo, citando um certo “jornaleco” — nome que ele fez questão de falar, claro, mas aqui a gente é humilde e não vai dar ibope. Segundo ele, existe uma perseguição seletiva contra a oposição. Ora, vereador… que surpresa, não?

Porque, sejamos francos: o jornal mais bem pago pelo poder público em Campo Bom não vai mesmo mostrar falha, fila, buraco, gasto estranho ou copinho descartável fora do lugar. Imagina só! Se começa a relatar a realidade, o PIX atrasa. E aí meu amigo, acaba a “imparcialidade institucional” rapidinho.

De toda forma, parabéns ao vereador pela coragem de dizer o óbvio. Tem gente que leva tempo pra enxergar.

Aqui, aplaudimos quem acorda, mesmo que seja com alarme no volume máximo. E sobre o tal “jornaleco”? Se está gastando energia pra atacar, é porque está incomodando. E se incomoda… é porque funciona. Porque jornalismo de verdade não precisa de cabresto, cafuné oficial ou cadeira cativa em coffee break municipal. Jornalismo de verdade é aquele que não deve favor, não tem rabo preso e não baixa os olhos pra ninguém. Ele mostra o que muitos preferem esconder, fala o que a maioria não quer ouvir e segue livre — enquanto outros seguem dependentes da nota de empenho. Democracia respira quando a imprensa não engole migalha. E aqui, felizmente, ninguém vive de ração institucional.

Sair da versão mobile