NOVO HAMBURGO
Novo Hamburgo alerta para o abandono de animais e ressalta a importância da adoção responsável

Conforme o CEMPRA, pets não são brinquedo e exigem cuidado e comprometimento do tutor
Encontrar um novo lar para os mais de 140 cães que vivem no Centro Municipal de Proteção Animal (CEMPRA) é uma das missões da Diretoria de Bem-Estar Animal (DBEA) da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (SMMADU). Além disso, outra preocupação do serviço é garantir um adotante responsável, consciente de todas as mudanças e responsabilidades que a tutela de um pet envolve.
Infelizmente, apesar de todos os cuidados e orientações que a DBEA promove, a devolução de animais é uma realidade em Novo Hamburgo. Nesta semana, o CEMPRA foi chamado por uma mulher que fez uma adoção há seis meses e solicitou que o animal fosse recolhido “para que nada de pior acontecesse à cachorra”. Segundo a diretora da DBEA, Greice Maciel, casos como esse são frequentes. A adotante reclamou do comportamento da cachorra e, por isso, não quer mais ficar com ela.
“O CEMPRA não recebe animais de volta depois de seis meses. Quando se adota, se assume um compromisso com o animal. A responsabilidade é do tutor que, inclusive, assinou um documento se comprometendo com esse cuidado”, lembra Greice.
Segundo a diretora, é por isso que antes da adoção é realizada uma entrevista com o candidato, que deve ser respondida de forma sincera. “Antes de atender um desejo pessoal, é necessário pensar no bem-estar do animal que está chegando na casa”, alerta. “Eles não são brinquedos, objetos ou presentes, mas sim seres vivos e com capacidade de sentir, com necessidades básicas e direitos garantidos por lei”, chama atenção Greice.
No caso da mulher que ameaçou se desfazer da cachorra que adotou, ela foi orientada a encontrar um novo lar para o animal. Além disso, precisa informar o CEMPRA sobre a mudança de endereço, como prevê o termo de adoção assinado.
Para adotar, é necessário ter mais de 21 anos, levar comprovante de residência e apresentar um local adequado para a permanência do animal. Inclusive, recentemente foi lançado o Cusco Web, uma plataforma para auxiliar a divulgar os animais que esperam por um novo lar. O canal pode ser consultado no link novohamburgo.rs.gov.br/cusco.
Novo Hamburgo tem lei contra correntes
Animais que apresentam comportamentos agressivos podem utilizar passeadores. No mês de julho, entrou em vigor a Lei Municipal nº 3.581/2025, que proíbe a criação de animais presos por correntes ou dispositivos semelhantes em Novo Hamburgo.
A lei orienta que os tutores adotem formas seguras de contenção, garantindo o bem-estar do animal, como cercados. Em casos específicos, é permitido o uso temporário de sistemas como o tipo “vai e vem”, com extensão mínima de três metros, e que respeite o porte do animal e garanta acesso a água, comida e abrigo.
O titular da SMMADU, Anderson Bertotti, informa que até agora 12 denúncias de cachorros em corrente foram confirmadas. “De todos os chamados que recebemos, 70% deles não se confirmaram, pois se tratavam de falsas denúncias”, comenta.
A lei prevê que a pessoa flagrada com o animal na corrente primeiro seja advertida e, caso não haja adequação da situação de maus-tratos, seja multada.
A penalidade pode variar de R$ 500 a R$ 3 mil e a pena pode chegar a cinco anos de reclusão. A denúncia pode ser feita via protocolo, no site da Prefeitura ou presencialmente. As denúncias devem ser feitas pelo site da Prefeitura (www.novohamburgo.rs.gov.br), plantão de fiscalização para casos mais graves, nas quintas e sextas-feiras, das 19 às 23 horas, e no fim de semana das 12 às 23 horas; e no telefone (51) 99645-7266 / 99953-7222, ou ainda, para casos de risco de morte do animal, 156 Guarda Municipal ou 190 Brigada Militar.
As principais causas de abandono são:
Cadelas e gatas prenhas;
Ninhadas;
Animais idosos e doentes;
Mudança de domicílio;
Separação;
Chegada de crianças;
Problemas comportamentais;
Problemas relacionados à falta de espaço nas moradias;
Estilo de vida dos tutores;
Falta de informações sobre a responsabilidade e custos gerados pela guarda dos animais;
Adoção ou compra de animais de forma impulsiva.