CAMPO BOM
POLÍTICA CAMPO BOM – Na estrada

Na estrada
Como era de se esperar de quem vai concorrer no próximo ano, Luciano Orsi (PDT) já está caindo na estrada, (estrategicamente) aproveitando também sua atuação no Gabinete dos Prefeitos do Governo do Estado. No último final de semana, Orsi fez mais de 1.200 km saindo de Campo Bom e passando por Manoel Viana, Santiago, Santa Maria e São Sepé. De olho em ampliar sua votação fora de Campo Bom e assim conseguir uma cadeira na Assembleia Legislativa.
Bafômetro e radar móvel
A Prefeitura de Campo Bom parece estar preocupada com o trânsito da cidade, embora convenhamos que esse não seja o problema mais grave do município no momento. Recentemente, a Guarda Municipal começou a fiscalização com bafômetro, ao custo de pouco mais de R$ 12 mil reais por aparelho. Fora isso, a gestão também investiu pesado em locação de equipamento eletrônico de registro de velocidade e captação de imagens de veículos, tipo radar automático estático e portátil. O valor é de R$ 131 mil reais por ano, um total de mais de R$ 10 mil por mês.
Proteger ou arrecadar?
Essa é a dúvida que voltou a circular entre muitos moradores de Campo Bom. A cidade, que já foi referência pelo seu rigor no trânsito, parece retomar práticas controversas — como o uso de radares portáteis por fiscais muitas vezes “escondidos”. A pergunta que não quer calar é: estamos investindo para salvar vidas ou para engordar os cofres públicos?
A coluna é inteiramente favorável a ações que promovam segurança viária — inclusive, falta isso em muitas cidades do Brasil. Mas será que Campo Bom carecia de um investimento tão alto nesse momento específico?
Quantos acidentes com vítimas fatais por embriaguez ou excesso de velocidade foram registrados nos últimos meses? Há estatísticas que comprovem o aumento desse tipo de ocorrência? Ou estamos tratando de uma medida desproporcional, tomada sem diálogo e sem transparência?
Mais do que fiscalizar, é preciso educar. E mais do que aplicar multas, é preciso mostrar resultados. O cidadão merece saber se o foco é a prevenção… ou a arrecadação.
“Não consertamos mais”: desistência ou descaso com o bem público?
Viralizou nas redes sociais — e com razão — a foto de uma placa instalada pela Prefeitura de Campo Bom no Parcão. Nela, o poder público anuncia que não irá mais consertar os espaços de lazer danificados por vandalismo. A placa ganhou destaque nacional após publicação no site G1, gerando críticas e indignação. O motivo alegado? Desde o início do ano, mais de 50 luminárias do trilho de luz do parque foram danificadas ou destruídas, o que teria gerado altos custos de manutenção.
Mas a pergunta que não quer calar é: a quem interessa o abandono do espaço público?
A Prefeitura transfere a culpa aos vândalos — que, de fato, devem ser responsabilizados —, mas ignora seu próprio dever de fiscalização, prevenção e manutenção contínua. É aceitável que o poder público, diante da repetição de um problema, simplesmente desista de manter um dos principais parques da cidade?
Mais de 50 luminárias foram quebradas. E nenhuma ação efetiva de vigilância foi tomada? Nenhum reforço da Guarda Municipal? Nenhum projeto de conscientização ou envolvimento comunitário para proteger o espaço?
Não resolve o problema — apenas o comunica
E mais: sinaliza que o poder público é incapaz de garantir a preservação do que é de todos. O risco agora é que essa “moda” se espalhe: se estragar o banco da praça, também não conserta? E se quebrar o vidro da UBS, também será deixado assim?
A população de bem não pode pagar pela omissão da minoria — e muito menos pela inércia de quem foi eleito para gerir a cidade. O Parcão pertence à comunidade. E abandonar sua manutenção é, antes de tudo, uma escolha política.
Os bons vão pagar pelos maus?
Da maneira como a Prefeitura se manifestou, quem vai pagar pela falta de espaços de lazer não serão os vândalos, que muitas vezes nem utilizam esses locais (com exceção para destruir). Quem vai pagar serão as família e as pessoas que fazem uso do espaço e que não cometem esses tipos de crimes. Sendo assim, não seria melhor a Prefeitura investir em câmeras de segurança no local ou até mesmo maior fiscalização permanente no parque. Sabemos que não é fácil combater esse tipo de gente, mas a população como um todo não pode pagar o preço.
Novas comissões
Os vereadores aprovaram a criação de quatro novas comissões especiais no Legislativo Municipal. A de Direitos Humanos, a de Desenvolvimento Municipal e a dos Direitos dos Animais e Proteção Ambiental. Não conseguimos afirmar quantos comissões já existem, mas não são poucas.
Pêsames
Registramos aqui solidariedade ao prefeito Giovani Feltes (MDB) que perdeu a sua mãe, Maria Iracema Feltes, no último final de semana. Um abraço faterno ao mandatário e aos seus familiares neste momento de luto.