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CAMPO BOM

Coluna Política – Campo Bom

Por José B. Pinheiro

“Da rinha para o plenário”

Se a rinha de galos não foi comprovada, a rinha de palavras na Câmara de Campo Bom já tem ata registrada. A presidente Kayanne Braga resolveu usar a tribuna para alfinetar, com nome não citado, mas facilmente identificado, a advogada Gabriela Giovanna Orsi Cambruzzi — cujo “crime” foi apenas exercer a profissão e assumir a defesa de um acusado. O episódio virou caso de representação por quebra de decoro, com direito a prints de WhatsApp e tudo. Moral da história: se a rinha de galos ficou no campo da suspeita, a rinha política no Legislativo está mais viva do que nunca.

 

Quando o pai posta, a filha paga

O caso ganhou ainda mais tempero quando veio à tona que as falas da presidente da Câmara tiveram claro caráter retaliatório a um vídeo publicado nas redes sociais por Marcos Orsi, pai da advogada Gabriela. O detalhe? A postagem não tem ligação com a atuação profissional da filha. Mesmo assim, a parlamentar tentou colar na advogada uma responsabilidade que não lhe cabe, misturando vida pessoal com prerrogativas da advocacia. No afã de atacar, acabou atingindo a imagem institucional da própria profissão, como se defender um acusado fosse um ato imoral ou ilegal. Resultado: além da rinha política, agora o enredo lembra novela mexicana — com direito a vilã, vítima e até “pai justiceiro” de 63 anos.

 

Representação invisível: some, mas não evapora

Apresentada no dia 23 de setembro, a representação por quebra de decoro parlamentar segue o roteiro do “sumiço conveniente”. Pelo regimento, deveria ter sido lida já na sessão seguinte, mas… silêncio total. Nenhuma palavra, nenhum registro, nada. Segundo o presidente da Comissão de Ética, vereador Alexandre Hoffmeister (PP), o documento nem sequer chegou às mãos da comissão. Então fica a dúvida: será que a papelada está perdida entre um cafezinho e outro, ou será que foi cuidadosamente engavetada antes mesmo de aparecer? Em tempos de transparência seletiva, a pergunta que ecoa é simples: até quando a Câmara vai fingir que não viu o que está bem diante dos olhos?

 

“Carta marcada: quando a OAB bate à porta”

Como se não bastasse a representação por quebra de decoro, por enquanto engavetada no vácuo, a advogada Gabriela pediu também desagravo público ao presidente da Comissão de Defesa, Assistência e Prerrogativas da OAB-RS. O objetivo é claro: que a Ordem notifique oficialmente a Câmara de Vereadores de Campo Bom, exigindo retratação pública da presidente Kayanne Braga, nos mesmos palcos em que ocorreram os ataques — tribuna e redes sociais. A dúvida que fica é se a presidente terá coragem (ou, como dizem por aí, “culhão”) de simplesmente ignorar a correspondência da OAB, como vem ignorando representações dentro da própria Casa. Será que a carta da Ordem também vai parar na mesma gaveta seletiva onde some tudo que não agrada?

 

Chamaram o secretário

Não é sempre que base governista e oposição votam juntas na Câmara, mas nesta semana foi aprovado por unanimidade um requerimento do vereador Celsinho Rodrigues (REP), da oposição, que pede a presença do secretário de Obras, Paulo Gomes, em regime de urgência no Legislativo para prestar esclarecimentos a comunidade sobre as “inúmeras demandas paralisadas, e abandonadas em nosso município, sendo que algumas destas demandas estão abandonadas há muitos anos”. Chamou a atenção que inclusive vereadores governistas aprovaram a matéria. Em breve, o secretário deve participar de uma sessão.

 

21 novos cargos

Vereadores aprovaram, com 9 votos favoráveis, a criação de 21 novos cargos na Administração Municipal de Campo Bom. São cerca de 8 cargos administrativos, como assessoria e coordenação, além de 13 cargos para serviços de construção civil. Ao mesmo tempo, o projeto acaba com a existência de cerca de 2 cargos. O vereador João Paulo Berkembrock (MDB) defendeu que é para melhorar os serviços públicos prestado aos cidadãos. “Ampliação de cargos também é ampliação de serviços”, disse. Ele também lembrou que vários cargos não estão sendo ocupados, como da procuradoria e de secretário de Esportes. O vereador Jorge Bellé (PL) se absteve de votar e a vereadora Kayanne não votou por ser presidente.

 

Obra do PAC

Campo Bom conseguiu aprovar seu projeto junto ao Novo PAC do Governo Federal, que vai investir R$ 10,2 milhões em obras de drenagem urbana na cidade para evitar enchentes. Na sua publicação nas redes sociais, o prefeito Giovani Feltes (MDB) disse que esse é o maior valor já destinado pelo Governo Federal para Campo Bom na história, com apenas R$ 110 mil de contrapartida da Prefeitura na obra. O recurso será investido em obras nas áreas críticas dos bairros Operária e Barrinha, além da Rua 13 de Maio.

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