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CAMPO BOM

Coluna Política – Campo Bom

Por José B. Pinheiro

Saiu da toca — mas só pra falar com quem não vota nele

Depois de um silêncio digno de testemunha que sabe demais, o prefeito de Campo Bom reapareceu. Não pra olhar no olho do povo daqui, claro. Preferiu um vídeo num jornal de fora — porque coragem pra enfrentar eleitor local parece que acabou junto com a campanha.Veio com aquele discurso elevado, cheio de palavras bonitas tentando transformar bronca do povo em “clamor exagerado”.
Chamou de oportunismo. Chamou de barulho. Prefeito, o nome disso é povo cansado de ser feito de bobo. Falar de fake news? Não precisa. Aqui o básico basta: mentira tem nome de mentira, com microfone ou sem. E sobre desrespeito… desrespeito é não prestar contas a quem paga o salário no fim do mês. Campo Bom pediu transparência e recebeu teatro gravado.

Bravo.

 

12%? 33%? A prefeitura lança a loteria do IPTU

A cidade só pediu o estudo. Só isso. Afinal, quem paga tem direito de ver a conta — menos em Campo Bom, onde transparência parece item opcional, tipo sedã com teto solar. A prefeitura diz que é 12%. O vereador do prefeito sobe no microfone e solta: 33%.

Trinta.
E.
Três.

Pelo jeito, aqui o aumento muda conforme o humor do narrador. Se nem quem governa se entende, como querem que o povo acredite? Chamar questionamento de “politicagem” é fácil. Difícil mesmo é explicar onde começa a matemática… e onde termina a malandragem.

 

Administração não é mágica — nem palanque eterno

Governar não é rodar vídeo com pose séria e palavra difícil. É cortar gasto, organizar conta e respeitar quem te colocou lá. Em casa, o povo aperta o cinto. Na prefeitura, parece que a filosofia é outra: estoura, empurra, inventa discurso, e quando o caldo entorna… culpa o povo por reclamar alto demais. A verdade dói, então toma: Quem grita não é oportunista. É cansado.Cansado de promessas. Cansado de teatro. Cansado de ser tratado como plateia — e não como dono da cidade. Porque política se faz com respeito. Politicagem se faz com vídeo e pose. E a pose, ultimamente, está mais alta que o IPTU.

 

Criatividade oficial: quando falta ideia, copia-se o TH

A equipe do TH ficou feliz — e com razão. Semana passada inventamos um selo novo, fruto de cérebro, estudo, profissão e, claro, neurônios funcionando. Jornalistas, publicitários, designers… gente que lê, estuda e cria. E voilà: esta semana a Prefeitura de Campo Bom resolveu homenagear nosso trabalho. Como? Tentando copiar. Porque quando falta ideia, sobra insegurança — e aí cola-se o que vê por aí. Só esqueceram do detalhe: não basta copiar o selo, tem que copiar também a transparência. Criaram “mentira é mentira”… só não sabemos ainda pra quem esse selo se aplicará. Porque nessa gestão, a única coisa transparente é a falta de transparência. Parabéns pela tentativa. Mas criatividade a gente tem. Imitação, vocês que dominam.

 

Não é aumento, é… ‘valorização mágica’ — versão Campo Bom

Segundo o novo selo da prefeitura, não haverá aumento do IPTU. Ou seja: não te assusta, contribuinte, tu só vai pagar mais — mas não é aumento, tá? É… valorização! A narrativa é linda: “Seu imóvel vale mais!” Claro, vale mais para a prefeitura te cobrar imposto. Porque na hora de vender, adivinha? O valor continua igual ao de hoje. Mágica seletiva. Vamos à tradução para quem não caiu do berço ontem:

Valor venal = o valor que a prefeitura diz que seu imóvel vale, e usa pra te cobrar.
Mercado = valor real, que ninguém vai te pagar a mais só porque tentaram te contar historinha.

Então vamos repetir em alto e bom som: Mentira é mentira. Pode vir com selo, com vídeo, com discurso e até com emoji. Números não mentem — mas quem mexe neles às vezes tenta. Se isso não é aumento, então eu sou dono da NASA. E olha que até hoje ninguém me viu de macacão espacial.

 

Democracia sabor “Salgadinho”: crocante pra uns, engordurada pra outros

Na novela da “equiparação” do valor venal — nome bonito pra deixar o imposto mais pesado — pelo menos quatro lembraram que foram eleitos pelo povo e não pelo gabinete: votaram contra o aumento os vereadores Inácio Marasca (Republicanos), Jair Wingert (Republicanos), Celsinho (Republicanos) e Bellé (PL).

Já a turma do “assina sem ler, aprova sem pensar” fez a alegria do Executivo: votaram a favor Prof. Jeferson (PDT), Michele Closs (PDT), Paulo Silveira (MDB), Alexandre Hoffmeister (PP), João Paulo (MDB) e Cleber Nunes (MDB). E a presidente Kayanne Braga (PDT)? Nem precisou votar — surfou tranquila, porque com mar calmo até boia flutua elegante. Ah, e teve um defensor tão temperado na linha do governo que o povo já chamou de “Salgadinho”… quem será? Quando o discurso é oleoso, a embalagem denuncia. No fim: uns defenderam o contribuinte. Outros defenderam o palanque. E Campo Bom viu tudinho.

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