Coluna Política – Novo Hamburgo

Por José B. Pinheiro

O prefeito foi republicano

A coluna fez críticas quando o prefeito Gustavo Finck (PP) viajou para a Colômbia e não passou o cargo ao vice Gerson Haas, algum tempo atrás. A coluna recebeu informações de que o prefeito pensava sobre a nova viagem para a Europa, e também avaliava se passaria o cargo ao vice ou não. E desta vez foi diferente, e o prefeito transmitiu o cargo ao vice, o que mostra respeito ao protocolo normal do Poder Executivo, e que também acontece em todas as esferas de governos: municipais, estaduais e federal.

A discrição do vice-prefeito

De perfil discreto, mas longe de ser considerado um “água de salsicha”, o vice-prefeito Gerson Haas (PL) é um empresário bem-sucedido que tem o respeito no meio empresarial e das pessoas que o conhecem. É empreendedor do setor industrial, tem a sua vida resolvida profissional e pessoalmente, que não precisa provar nada para ninguém. Entrou como vice-prefeito para contribuir com a cidade que o acolheu, e seu papel definido junto com o prefeito é o de articular as relações da municipalidade com o setor empresarial. Por isso, Gerson não busca os holofotes que o poder do cargo e da política lhe oferece, mas faz o seu trabalho diário contribuindo para com aquilo que lhe foi confiado, sem intromissão nos assuntos definidos pelo prefeito.

Lei que muda o Ipasem foi aprovada

A votação do projeto de lei que alterou a Lei Orgânica Municipal, que é a nossa Constituição – lei maior – do município, provocou um racha na base governista. O texto promove mudanças no Instituto de Previdência dos servidores municipais, o Ipasem. O governo esperava contar com 12 votos favoráveis para a aprovação, mas somente 10 vereadores da base votaram a favor, no limite de dois terços do total de 14 votos, que era necessário. 

Votação provocou racha na base governista

Os quatro votos contrários, sendo dois dos vereadores petistas Enio Brizola e professora Luciana, e dois de vereadores que até então faziam parte da base do governo Finck, Cristiano Coller (PP) e Felipe Kuhn Braun (PSDB), não foram suficientes para evitar a aprovação do projeto que alterou a lei orgânica do município. Os dois vereadores tiveram vários cargos de confiança demitidos pelo prefeito ainda durante a última sexta-feira. 

Coller “abriu as baterias”

Da Tribuna da Câmara, o vereador Cristiano Coller (PP) justificou seu voto e disse que manteve a coerência em projeto semelhante, que foi votado na legislatura passada e encaminhada pela ex-prefeita Fátima Daudt (MDB). O recado direto foi para o prefeito Gustavo Finck (PP), que como vereador à época, foi um dos responsáveis pela não aprovação do projeto. Disse ainda que os cargos que indicou estavam contribuindo com a cidade, e que os próprios colegas na prefeitura não queriam o desligamento deles.

Finck está devendo para Ito Luciano?

“Na política até cavalo avoa de costas”, é uma frase atribuída a um popular ex-prefeito da cidade, e pode representar bem a relação entre o prefeito Gustavo Finck (PP) e o vereador Ito Luciano (POD), em que coisas impossíveis podem acontecer, como no caso. Gostem ou não de Ito, o voto dele foi fundamental para aprovação do projeto de mudanças na lei orgânica. Mas ele é um dos 10 vereadores? Sim, a coluna sabe. Mas ele é o Ito, o vereador com mais mandatos na Câmara, e que tinha as maiores justificativas para não aprovar o projeto de lei, por tudo que ouviu do atual prefeito no início do governo. 

Um voto faz a diferença

Ito é “macaco velho” no legislativo, e soube esperar para dar o bote político em Finck. O dia a dia mostrou para Finck (PP) que Ito (POD) tinha razão: um voto na Câmara pode ser definitivo para aprovar um projeto, rejeitá-lo e até mesmo julgar e cassar mandatos. 

O preço a ser pago por Finck

A coluna já escreveu isso por aqui, mas nossos leitores podem ter a certeza de que a conta política vem junto com o pagamento da fatura. Cargos de confiança dos vereadores Coller (PP) e Kuhn Braun (PSDB), devem ser substituídos por indicações dos vereadores que foram fiéis ao prefeito. E aqui falo de uma indicação que o vereador Ito Luciano vem trabalhando há várias semanas, e que até então não havia um encaminhamento: seu filho Naasom Luciano é a indicação para a área da saúde, e o cargo desejado por Ito para o filho é o de Presidente da Fundação Municipal de Saúde. Naasom atuava até dia 31/10/2025 na prefeitura de Porto Alegre, na secretária municipal de governança cidadã e desenvolvimento rural, e além de vereador, também foi secretário municipal de saúde na gestão da ex-prefeita Fátima Daudt (MDB).

Direito de constatar

Independente da decisão que tomar, o prefeito Finck (PP) poderá ter um desgaste enorme: se nomear Naasom, vai decepcionar parte da comunidade que votou na mudança e tem rejeição à Ito, pela forma de se relacionar com vários governos. E, se não nomear, terá um vereador que lhe foi fiel e deu um importantíssimo voto para aprovar, talvez até agora, o projeto mais importante do mandato atual.

Transição tranquila na Secretaria de Obras

Durante esta semana, a Secretaria de Obras de Novo Hamburgo contou com uma breve mudança em sua condução. O titular da pasta, Eroni dos Santos, afastou-se por motivos particulares, sendo substituído interinamente pelo diretor Marcelo Luz da Silva.

Marcelo já é conhecido pelo comprometimento e pela boa relação que mantém com servidores, lideranças e vereadores. Sua atuação interina foi recebida com naturalidade e confiança, refletindo a continuidade do trabalho e o equilíbrio nas ações da secretaria.

A breve transição reforça o espírito de cooperação e responsabilidade que marca a equipe da Secretaria de Obras, garantindo que os projetos e serviços sigam em andamento sem interrupções.

Educação em falta — e não foi com os pets

O plenário da Câmara de Novo Hamburgo teve uma cena curiosa (pra não dizer constrangedora) nesta semana. A vereadora Deza Guerreiro apresentou o projeto de sugestão “Eu Paro para Pet”, uma iniciativa que busca unir conscientização, segurança no trânsito e respeito à vida animal,  proposta simples, educativa e alinhada ao trabalho que ela vem desenvolvendo desde o início do mandato. Mas bastou descer da tribuna para que a sessão ganhasse outro tom. Deza foi duramente questionada, e com uma falta de educação notável, ouviu de uma professora na plateia que ela “deveria cuidar das pessoas como cuida dos animais”. O detalhe é que a tal professora parecia ter esquecido o significado da palavra “educação”, ironicamente, sua área de atuação. O clima já estava acalorado por conta da votação do PELOM, mas convenhamos: discordar é um direito, desrespeitar é escolha.

Deza Guerreiro foi eleita pela causa animal, e tem feito jus à bandeira que defende, enfrentando inclusive o Executivo em mais de uma ocasião.
Atacar quem trabalha por uma causa legítima não enriquece o debate, apenas mostra o quanto ainda falta sensibilidade (e um pouco de boas maneiras) em certos espaços que deveriam ser exemplo.

No fim, ficou a lição: quem fala em nome da educação, deveria lembrar que ensinar vai muito além da sala de aula, começa pelo próprio comportamento.

Pinga fogo

– O Partido Liberal deve ter gostado da postura do prefeito Fink (PP), em ter prestigiado o vice Gerson (PL), transmitindo-lhe o cargo de prefeito.

– O assunto chegou a ser abordado em reunião do partido, com alguns mais alterados com críticas mais fortes. A poeira deve ter baixado.

– Vereadores do Podemos, Ico Heming, Éliton Ávila e Ito Luciano, estão indicando nomes para a COMUR. Entre os cargos desejados estão a presidência da companhia, assim como diretorias e gerência.

– Mais mudanças de nomes fortes devem acontecer no primeiro escalão da prefeitura na volta de viagem do prefeito. 

Havan inaugura dia 22/11

Com investimentos de R$ 100 milhões, a Havan deve inaugurar em breve em nossa cidade. Pelo dia 10 – próxima semana – deve chegar a estátua da liberdade que vai ser instalada na frente do empreendimento, para alegria de muitos e tristeza de alguns. Leia-se, esquerdistas e direitista, que até nisto travam discussões. O certo é que o empreendimento vai gerar empregos e girar a economia da cidade, atraindo turistas e visitantes de outras cidades, pois está instalada no caminho da serra gaúcha, às margens da BR-116.