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NOVO HAMBURGO

Coruja-orelhuda é resgatada após colisão em prédio no bairro Ideal

Ave silvestre foi atendida pela equipe da Diretoria de Proteção Animal e encaminhada para clínica especializada em Porto Alegre

Uma coruja-orelhuda (Asio clamitor), macho adulto, foi resgatada pela equipe da Diretoria de Proteção Animal (DPA), da Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Urbano (SMMADU), após colidir contra a vidraça de um edifício no bairro Ideal, em Novo Hamburgo. O chamado chegou nas primeiras horas do expediente de sexta-feira (07/11), mobilizando rapidamente grupo responsável pelo atendimento a animais silvestres.

Segundo o biólogo Carlos Normann, o impacto contra o vidro fez com que a ave caísse no local. “Assim que recebemos a ligação, a equipe se deslocou até o prédio para realizar o resgate”, relatou. O animal foi encaminhado para uma clínica em Porto Alegre, que presta atendimento a órgãos ambientais da região, e, após a recuperação, deverá ser devolvido à natureza.

A coruja-orelhuda é uma espécie de hábitos noturnos pertencente à família dos estrigídeos, encontrada em áreas abertas, bordas de matas e também em zonas urbanas arborizadas. “É uma ave que mede até 37 centímetros e apresenta penachos bem desenvolvidos na cabeça, que lembram orelhas — característica que deu origem ao nome popular”, explicou Normann.

O biólogo destacou que o animal tem papel importante no equilíbrio ambiental. “É uma espécie muito útil, pois se alimenta de ratos, pombos, morcegos — inclusive os vampiros —, além de serpentes e outros pequenos animais”, ressaltou. Apesar de não estar ameaçada de extinção, sofre com os efeitos da expansão urbana e com ameaças como atropelamentos e caça predatória.

Outro risco comum para essa espécie está relacionado ao uso de pipas com linha encerada. Normann lembrou que, especialmente nos meses de julho, quando a prática é mais frequente, há registros de corujas com linhas de pipa enroladas no corpo. “Quando as linhas contêm cerol, podem causar ferimentos graves, invalidez permanente ou até a morte”, alertou.

A reprodução da coruja-orelhuda ocorre entre maio e agosto, no hemisfério sul, período em que a fêmea põe de dois a quatro ovos e permanece no ninho por cerca de 33 dias. “Em geral, apenas um filhote sobrevive, embora já tenham sido observados casos de dois filhotes se desenvolvendo bem”, observou o biólogo.

Normann também reforçou a importância dos cuidados ao encontrar animais silvestres feridos. “O ideal é evitar manusear o bicho, para não causar mais estresse ou agravar eventuais lesões”, orientou. Em casos semelhantes, a população pode acionar a Diretoria de Proteção Animal da SMMADU, de segunda a sexta-feira, das 9 às 17 horas, ou o plantão do órgão, que funciona quinta e sexta-feira das 19 horas às 23h30, sábado das 8 horas às 23h30 e domingo das 12 horas às 23h30.

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