NOVO HAMBURGO
Novo Hamburgo está em estado de perigo para doenças transmitidas pelo Aedes aegypti

Resultados do segundo Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti aponta perigo de surto da doença
O projeto de Prevenção e Combate à Dengue divulgou o boletim informativo com os resultados do segundo Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) do ano. O relatório expõe, em números, a quantidade expressiva de mosquitos transmissores do vírus da dengue e outras arboviroses que estão presentes no Município. A iniciativa é uma parceria da Prefeitura com a Universidade Feevale.
O índice encontrado pela equipe dos Agentes de Combate às Endemias (ACEs) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) foi igual a sete. Isso significa que Novo Hamburgo se encontra em perigo de surto para doenças virais transmitidas pelos mosquitos.
Até o dia 31 de maio, todos os bairros da cidade apresentaram registros de dengue, porém, as regiões mais afetadas pela circulação viral foram os bairros Canudos e São Jorge, com mais de 80% dos casos confirmados. Até o final do mês de maio a SMS havia recebido 3.043 notificações de casos suspeitos de dengue, sendo 2.263 confirmados, 380 em investigação e 400 descartados.
A coordenadora da Vigilância Ambiental em Saúde, a veterinária Julyana Simões Matos, comenta que apesar da queda nas temperaturas, a população não pode diminuir os cuidados com a água parada, principalmente, porque os episódios de chuva estão mais recorrentes. “Todos precisam fazer a sua parte. A cidade está infestada e o número de casos pode aumentar se não termos o cuidado necessário”, salienta.
Julyana destaca o trabalho de prevenção do Município, que realiza fiscalizações regulares com as equipes da Vigilância Ambiental e dos Agentes de Combate às Endemias, com possibilidade de notificações, autuações e multas, conforme a gravidade de cada situação. Inclusive, os agentes são remanejados para regiões mais afetadas quando necessários. Além disso, o Município utiliza métodos adicionais de combate ao mosquito, como a aplicação de inseticidas.
Entenda o LIRAa
Por meio do LIRAa, são visitados, aproximadamente, 5% dos imóveis da cidade em um curto período, gerando um indicativo dos níveis de infestação, a fim de facilitar as ações de controle. Durante a semana do levantamento, entre 12 e 16 de maio, os agentes visitaram 4.049 imóveis, nos quais foram coletadas 415 amostras de formas imaturas de mosquitos. O material foi encaminhado para identificação no laboratório da Feevale.
Cerca de 86% das amostras foram obtidas em imóveis utilizados como residências, comércios ou empresas; o restante, 14%, foi encontrado em terrenos baldios. Os depósitos mais comuns, assim como em anos anteriores, seguem sendo os pequenos recipientes móveis: baldes, bebedouros de animais, vasos com plantas e pratinhos de vasos de flor. Depósitos fixos, como piscinas e ralos, além dos resíduos descartáveis (lixo) também representaram grande número.
O índice registrado no levantamento reforça o estado de surto em Novo Hamburgo, que conta com mais de 2.260 casos de dengue confirmados e um óbito pela doença. O esperado daqui para a frente é que, com a chegada do inverno, a presença de mosquitos diminua no ambiente.
“Estamos finalizando o momento mais complexo da sazonalidade da doença, mas mesmo assim, necessitamos do apoio da população para que, além de inspecionar seus imóveis na busca por depósitos com água parada, procure as unidades de saúde sempre que apresentar sintomas suspeitos”, explica o coordenador do projeto de Prevenção e Combate à Dengue da Feevale, Tiago Filipe Steffen.
De acordo com ele, todo o esforço no combate aos depósitos com água parada e eliminação de ovos (que podem ficar viáveis nos recipientes por mais de 400 dias e, até mesmo, sem água), durante os próximos meses, terá impacto em como será o próximo verão/outono.
O único meio disponível para organizar as ações de combate e controle de focos é através das notificações, quando a população busca atendimento junto às unidades de saúde (públicas ou particulares) ao apresentar sintomas da doença.
É após esse contato que a vigilância passa a realizar as ações que o Ministério da Saúde recomenda. A capacitação do pessoal, a disponibilidade de testes rápidos e o controle de Pontos Estratégicos complementam as estratégias que o setor público mantém para o combate às doenças transmitidas por mosquitos.
Saiba mais
O Projeto de Extensão de Combate e Prevenção ao Mosquito da Universidade Feevale está disponível para realizar atividades sobre o tema em escolas, entidades comunitárias e empresas. Os agendamentos podem ser feitos pelo email projetodengue@feevale.br.
Em casos de denúncia, a população pode acionar o serviço de fiscalização pela ouvidoria SUS, por meio do WhatsApp (51) 99831-6500.
